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INSÔNIA

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Insônia: o que é, seus efeitos no corpo e como tratar

A insônia é um dos distúrbios do sono mais comuns e afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Ela pode se manifestar como dificuldade para dormir, despertares frequentes, acordar muito cedo ou sentir que o sono não foi reparador. Embora muita gente acredite que “dormir mal é normal”, a insônia persistente é um sinal de que o corpo e a mente precisam de atenção.

Por que a insônia acontece?

Diversos fatores podem desencadear ou manter a insônia, entre eles:

  • Estresse, ansiedade e sobrecarga mental
     

  • Hábitos de sono irregulares
     

  • Excesso de telas e luz azul à noite
     

  • Dor crônica
     

  • Alterações hormonais
     

  • Uso de cafeína, álcool ou nicotina
     

  • Doenças como depressão, apneia do sono ou distúrbios do ritmo circadiano
     

Compreender a causa é essencial para um tratamento eficaz.

Como a insônia afeta seu dia a dia

Dormir mal não é apenas cansativo: seus efeitos impactam praticamente todo o organismo. Estudos mostram que a insônia está associada a:

  • Queda de memória e dificuldade de concentração
     

  • Irritabilidade e oscilações de humor
     

  • Redução da imunidade
     

  • Aumento do risco de hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares
     

  • Diminuição da produtividade e da qualidade de vida
     

  • Maior chance de ansiedade e depressão
     

Com o tempo, a insônia pode se tornar um ciclo: quanto pior se dorme, maior o estresse — e mais difícil é descansar.

Tratamentos baseados em evidências

A boa notícia é que a insônia tem tratamento, e as principais diretrizes internacionais são claras: a primeira linha de cuidado é o tratamento comportamental, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (TCC-I).

 

1. TCC-I – Tratamento de primeira linha

É o método mais eficaz e seguro a longo prazo. Inclui:

  • Restrição do tempo na cama para recriar a “fome de sono”
     

  • Controle de estímulos (reassociar a cama ao ato de dormir)
     

  • Organização do ambiente de sono
     

  • Mudança de pensamentos disfuncionais sobre o dormir
     

  • Técnicas de relaxamento
     

A TCC-I tem resultados duradouros e evita dependência de medicamentos.

 

2. Mindfulness

Práticas de atenção plena ajudam a reduzir o excesso de pensamentos, a ansiedade no período noturno e a hiperatividade mental que muitas vezes impede o início do sono. Estudos mostram melhora na qualidade e na latência do sono.

3. Yoga

O yoga pode favorecer o relaxamento físico, diminuir a tensão muscular e promover equilíbrio emocional. Manter uma rotina regular de prática auxilia na regulação do sistema nervoso e melhora o preparo do corpo para descansar.

 

4. Higiene do sono

Alguns ajustes simples fazem grande diferença:

  • Manter horários regulares
     

  • Evitar telas à noite
     

  • Evitar cafeína após o meio da tarde
     

  • Criar um ambiente escuro e silencioso
     

  • Reduzir cochilos longos durante o dia
     

5. Tratamento farmacológico

O uso de medicamentos não é a primeira opção, mas pode ser indicado em casos selecionados, sempre após avaliação médica. Entre as possibilidades estão:

  • Agentes reguladores do sono
     

  • Medicações para redução de despertares
     

  • Tratamentos específicos para causas associadas (ansiedade, dor, alterações circadianas)
     

A prescrição deve ser individualizada e por tempo limitado, sempre monitorada por um profissional.

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Quando procurar ajuda profissional?

Se a dificuldade para dormir ocorre três vezes por semana ou mais, durante pelo menos três meses, é importante buscar avaliação médica. Quanto antes o tratamento começa, maiores as chances de recuperação completa.

Conclusão

A insônia não precisa fazer parte da sua rotina. Com cuidado adequado, mudanças comportamentais e, quando necessário, apoio terapêutico ou medicamentoso, é possível recuperar noites tranquilas e qualidade de vida.

Se você deseja uma avaliação personalizada, estou aqui para ajudar com uma abordagem integrativa, empática e baseada em evidências.

REFERÊNCIAS UTILIZADAS

Diretrizes internacionais

  1. American Academy of Sleep Medicine (AASM).
    Clinical Practice Guideline for the Pharmacologic Treatment of Chronic Insomnia in Adults.
    AASM, 2017.

     

  2. American College of Physicians (ACP).
    Management of Chronic Insomnia Disorder in Adults: A Clinical Practice Guideline.
    Annals of Internal Medicine, 2016.

     

  3. APA – American Psychiatric Association.
    Practice Guideline for the Treatment of Patients With Insomnia.
    APA, 2019.

     

  4. NICE Guidelines (UK).
    Insomnia and Sleep Hygiene Recommendations.
    National Institute for Health and Care Excellence, 2021.

     

Revisões sistemáticas e artigos científicos

  1. Morin CM, et al.
    Cognitive Behavioral Therapy for Chronic Insomnia: A Systematic Review and Meta-analysis.
    SLEEP, 2015.

     

  2. Edinger JD, et al.
    Behavioral and Cognitive Therapies for Chronic Insomnia Disorder in Adults: An Evidence-Based Review.
    Journal of Clinical Sleep Medicine, 2021.

     

  3. Rusch HL, et al.
    Mindfulness-Based Interventions for Insomnia: A Meta-analysis.
    Sleep Medicine Reviews, 2019.

     

  4. Li C, et al.
    Effects of Yoga on Sleep Quality and Insomnia: A Systematic Review and Meta-analysis.
    Sleep Medicine Reviews, 2020.

     

  5. Williamson K, et al.
    Nonpharmacologic Management of Chronic Insomnia Disorder in Adults.
    BMJ, 2021.

     

 

UpToDate – capítulos-base

(Plataforma continuamente atualizada; últimas versões consultadas)

  1. UpToDate: Overview of the Treatment of Insomnia in Adults.
     

  2. UpToDate: Cognitive Behavioral Therapy for Insomnia.
     

  3. UpToDate: Mind-body interventions for sleep.
     

UpToDate: Pharmacotherapy for Chronic Insomnia in Adults.

“A Força Suave que Nos Conduz por Dentro”

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A importância da espiritualidade no cuidado à saúde

A espiritualidade tem ganhado cada vez mais espaço no contexto médico como uma dimensão fundamental da experiência humana e do cuidado integral. Ela não se confunde com religião, mas refere-se à conexão com valores, sentido de vida, transcendência e sentido de propósito — aspectos que influenciam diretamente o bem-estar físico, emocional e social.

 

A institucionalização da espiritualidade na medicina brasileira

 

Recentemente, o Conselho Federal de Medicina (CFM) instituiu oficialmente a Comissão de Saúde e Espiritualidade, com o objetivo de examinar, de forma técnica e científica, as evidências que relacionam espiritualidade e saúde.
Essa iniciativa representa um marco: o CFM pretende elaborar uma diretriz clínica centrada na espiritualidade, oferecendo orientação formal para médicos sobre como integrar essa dimensão no cuidado ao paciente. 

Por que a espiritualidade faz diferença na prática clínica

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  1. Integração bio-psico-social-espiritual
    A espiritualidade representa uma dimensão adicional do ser humano: não se trata apenas do corpo físico, nem apenas da mente, mas também de algo mais profundo — uma fonte de resiliência, sentido e força interior.
     

  2. Impacto no bem-estar e na recuperação
    Estudos sugerem que pacientes com práticas ou convicções espirituais tendem a apresentar melhor enfrentamento de doenças, maior suporte emocional e, em alguns casos, desfechos clínicos mais favoráveis. A Comissão do CFM está avaliando de maneira rigorosa essas evidências para orientar condutas médicas.
     

  3. Cuidado humanizado
    Reconhecer a espiritualidade no consultório significa acolher o paciente em sua totalidade: respeitar não apenas seu corpo, mas também suas crenças, valores e experiência existencial. Isso fortalece a relação terapêutica e pode favorecer a adesão ao tratamento.
     

Como incorporamos a espiritualidade na consulta

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  • Escuta ativa e sensível
    Se para você, paciente, a espiritualidade é parte significativa de sua vida, esse tema pode e será incluído em nossa conversa. Vamos considerar como suas crenças, práticas espirituais ou valores influenciam suas decisões de saúde, seus medos, esperanças e seus mecanismos de enfrentamento.
     

  • Avaliação e suporte
    Em alguns casos, posso realizar uma anamnese espiritual para entender melhor suas necessidades, integrar intervenções que façam sentido para você e, quando apropriado, recomendar recursos (como meditação, práticas contemplativas, grupos de apoio) ou encaminhamentos para profissionais especializados em cuidado espiritual.
     

  • Complementar ao tratamento médico
    A espiritualidade não substitui tratamentos clínicos, farmacológicos ou terapêuticos. Pelo contrário: ela é vista como um fator complementar, que potencializa a cura, o bem-estar e a qualidade de vida, respeitando sempre os princípios da medicina baseada em evidência.
     

Espiritualidade é universal — não é religião!

 

É importante destacar: abordar espiritualidade não significa falar exclusivamente sobre religião institucional ou dogmática. É uma forma de acolher a experiência de sentido, pertencimento, transcendência ou propósito que cada pessoa vive de maneira única. Algumas pessoas encontram essa dimensão na fé organizada; outras, em práticas contemplativas, natureza, valores éticos, arte, ou em reflexões profundas sobre a vida.

Caminhos práticos

  • Participar de práticas como meditação, oração, journaling, grupos de reflexão ou retiros espirituais pode favorecer a conexão interior e a resiliência emocional.
     

  • Ter um espaço seguro para expressar dúvidas existenciais ou angústias espirituais durante a consulta médica pode fortalecer o tratamento e o autocuidado.
     

  • Reconhecer e integrar seus valores espirituais na rotina de saúde — por exemplo, no autocuidado, nas decisões terapêuticas ou nos momentos de crise.
     

Conclusão

A espiritualidade não é um “extra”: ela faz parte da estrutura humana e pode ter impacto direto na saúde, na recuperação, na resiliência e na qualidade de vida. Com a Comissão de Saúde e Espiritualidade do CFM, estamos avançando para tornar esse cuidado estruturado, ético e cientificamente embasado — sempre respeitando a singularidade de cada pessoa.

Se esse tema é importante para você,estamos prontas para explorá-lo em nossa consulta, de modo sensível, acolhedor e alinhado com seus valores.

Aqui estão referências confiáveis, incluindo diretrizes, artigos e documentos institucionais, baseados no que fundamenta o texto que escrevi. Todas são fontes reconhecidas em Medicina, Saúde e Espiritualidade, com boa qualidade metodológica.

Referências Bibliográficas

1. Conselho Federal de Medicina (CFM) – Espiritualidade e Saúde

  • Conselho Federal de Medicina. Comissão de Saúde e Espiritualidade do CFM. Brasília: CFM; 2024–2025.
     

  • Conselho Federal de Medicina. I Fórum da Comissão de Saúde e Espiritualidade. Documentos técnicos e apresentações científicas. Brasília: CFM; 2024.
     

  • Conselho Federal de Medicina. Parecer CFM nº 43/2015 – Aspectos éticos da abordagem da espiritualidade na prática médica.
     

2. Diretrizes e Estudos Científicos sobre Espiritualidade em Saúde

  • Puchalski CM, Vitillo R, Hull SK, Reller N. Improving the Spiritual Dimension of Whole Person Care: Reaching National and International Consensus. J Palliat Med. 2014.
     

  • Koenig HG. Religion, Spirituality, and Health: The Research and Clinical Implications. ISRN Psychiatry. 2012.
     

  • Koenig HG. Handbook of Religion and Health. 3rd ed. Oxford University Press; 2024.
     

  • Moreira-Almeida A, Neto FL, Koenig HG. Religiousness and mental health: a review. Rev Bras Psiquiatr. 2006.
     

3. Espiritualidade na prática clínica e medicina integrativa

  • Puchalski CM, Ferrell B, Virani R et al. Improving the Quality of Spiritual Care as a Dimension of Palliative Care: The Report of the Consensus Conference. J Palliat Med. 2009.
     

  • Lucchetti G, Lucchetti ALG. Spirituality, religion, and health: Over the last 15 years of empirical research and clinical applications. Evid Based Complement Alternat Med. 2014.
     

  • McClintock AS, Lau E. Integrating spirituality into clinical practice: evidence and recommendations. Curr Opin Psychiatry. 2021.
     

4. Espiritualidade no Brasil – Produção científica nacional

  • Lucchetti G, Bassi RM, Granero AL et al. Espiritualidade, religiosidade e saúde: evidências em psiquiatria. Rev Psiq Clín.
     

  • Santos DB, Nascimento LC. Abordagem da espiritualidade na prática clínica. Rev Bras Enferm.
     

  • Moreira-Almeida A, Koenig HG. Religiosidade e saúde mental: uma revisão sistemática. Rev Bras Psiquiatr.
     

5. Bases internacionais de diretrizes

  • World Health Organization (WHO). Integrating spiritual care in healthcare systems: directions and considerations. Geneva: WHO; 2022.
     

  • International Consensus Conference on Spiritual Care in Health.
     

6. Medicina baseada em evidências – Saúde Integral

  • Institute for Healthcare Improvement. Whole Person Care Framework.
     

NCCIH – National Center for Complementary and Integrative Health. Mind-body practices and spiritual health.

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